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Engenharia Civil

Estudantes realizam visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto da SABESP

Publicado: Quinta, 30 de Novembro de 2023, 20h39 | Última atualização em Quinta, 30 de Novembro de 2023, 20h40

A ação objetivou apresentar aos alunos da disciplina de Saneamento Básico II as principais etapas do processo de tratamento de esgoto.

 No último dia 09 de novembro de 2023, os estudantes do oitavo semestre do curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) campus Caraguatatuba tiveram a oportunidade única de realizar uma visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Porto Novo, em Caraguatatuba (SP) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP). A visita foi acompanhada pelo professor Alan Reis, ministrante da disciplina de Saneamento Básico II, e por Huberson Emídio José, colaborador da companhia. Essa experiência proporcionou uma imersão no processo que garante o tratamento do esgoto no litoral norte de São Paulo.

Figura 1: Alunos participantes da visita a ETA Porto Novo – Sabesp, Caraguatatuba/SP.Figura 1: Alunos participantes da visita a ETA Porto Novo – Sabesp, Caraguatatuba/SP.

Com quatro estações de esgotamento sanitário operando no município de Caraguatatuba, a ETE Porto Novo se destaca como a maior capacidade na região do Litoral Norte Paulista, com vazão de projeto de 240 L/s e uma vazão média atual de 150 L/s. A estação visitada trata o esgoto coletado na região compreendida entre a Costa Norte de São Sebastião (Enseada e Canto do Mar) e a região do bairro Pontal de Santa Marina, em Caraguatatuba. O objetivo principal da ETE é reduzir a carga orgânica despejadas nos corpos receptores, reduzindo assim a carga poluidora e possibilitando a disposição adequada sem causar prejuízos ao meio ambiente.

A ETE Porto Novo opera no sistema de lodo ativado em batelada. Neste sistema, a atuação de microrganismos aeróbios é fundamental para o tratamento do esgoto. A disponibilidade de matéria orgânica em conjunto com a injeção de ar favorece a atuação e a reprodução dos microrganismos e a boa eficiência do processo de tratamento. O sistema de batelada utiliza um único reator como tanque de aeração e como decantador secundário, a partir da alternância na utilização da injeção de ar em conjunto com períodos de decantação do lodo produzido no consumo da matéria orgânica. A estação visita possui quatro tanques com tal finalidade, que são utilizados de forma concomitante, permitindo o tratamento da vazão de projeto. Este tipo de sistema permite a classificação da ETE no nível secundário de tratamento, uma vez que utiliza processos biológicos de tratamento.

Figura 2 – Visão Geral dos Tanques de Aeração da ETE Porto NovoFigura 2 – Visão Geral dos Tanques de Aeração da ETE Porto Novo

Antes de chegar aos tanques de aeração, o efluente ainda passa pelo tratamento preliminar, que consiste no uso de gradeamento e de desarenadores, para remoção de resíduos sólidos e partículas de areia, possivelmente conduzidos até a ETE. O uso de tais dispositivos evita danos em equipamentos eletromecânicos utilizados no tratamento. Rotineiramente, tais dispositivos precisam ser limpos, de forma a remover os resíduos retidos. Estes resíduos são destinados a caçambas, sendo posteriormente destinados a aterros sanitários da região. 

Figura 3 – Vista superior do gradeamentoFigura 3 – Vista superior do gradeamento

Figura 4 – Vista superior do desarenadorFigura 4 – Vista superior do desarenador

Figura 5 – Tanque de coleta dos resíduos retidos pelo gradeamento e pelo desarenadorFigura 5 – Tanque de coleta dos resíduos retidos pelo gradeamento e pelo desarenador

Já a etapa final do tratamento da parte líquida é feita no tanque de contato, onde o efluente é misturado ao cloro, para a eliminação de patógenos que possivelmente não foram eliminados nas etapas prévias. Neste local, os técnicos da SABESP fizeram um comparativo do efluente de entrada e de saída da ETE, para inspeção visual dos alunos e diferenciação da qualidade do esgoto. O rio Juqueriquere é o destino para o líquido tratado, classificado como classe 2, de acordo com a Resolução 357/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

Figura 6 – Alunos caminhando em direção ao tanque de contato, localizado na parte superior direita da imagemFigura 6 – Alunos caminhando em direção ao tanque de contato, localizado na parte superior direita da imagem

Figura 7 – Comparação visual do efluente da ETE após o tratamento (lado esquerdo) e antes do tratamento (lado direito)Figura 7 – Comparação visual do efluente da ETE após o tratamento (lado esquerdo) e antes do tratamento (lado direito)

Os alunos puderam visualizar ainda os equipamentos utilizados para disposição final da fase sólida, gerada durante o tratamento. O lodo resultante do tratamento passa por um adensador, que diminui o seu volume, ao remover a parte líquida presente junto ao lodo. Em seguida, o lodo é seco, antes de ser depositado em caçamba para posterior destinação final, em aterro sanitário. Por se tratar de uma ETE de lodo ativado, o lodo pode ser parcialmente reaproveitado no tratamento, considerando a existência de microrganismos ainda ativos na sua composição.

Figura 8 – Sistema de bombeamento e adensamento do lodoFigura 8 – Sistema de bombeamento e adensamento do lodo

O curso de Engenharia Civil do IFSP-CAR agradece à SABESP Litoral Norte pela oportunidade de realização desta visita, que muito engrandece a formação dos alunos, na área de Hidráulica e Saneamento, e reforça a intensa parceria entre as duas instituições. 

Autores: Texto colaborativo produzido pelos alunos da disciplina de Saneamento Básico II (Engenharia Civil), no segundo semestre de 2023, sob a revisão do Prof. Alan Reis.

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