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Formação Continuada

Conversa com o Professor José Pacheco no Câmpus Caraguatatuba

Publicado: Sábado, 16 de Dezembro de 2017, 10h21 | Última atualização em Sábado, 16 de Dezembro de 2017, 10h21

No dia 08/12 o Professor José Pacheco, um dos idealizadores da Escola da Ponte, em Portugal, e referência em Educação Democrática, esteve no IFSP de Caraguatatuba para uma conversa com a nossa Comunidade. Isso só foi possível porque o Coletivo Guapuruvu, um grupo de pessoas de Ilhabela preocupadas com a Educação, se organizou para trazê-lo em um encontro no sábado, 09/12. A professora Regina Osório entrou em contato com Pacheco, e ele pediu para que conversasse com Gisele Sodré Paes, uma das organizadoras do evento em Ilhabela. Dessa forma foi possível sua vinda ao IF.

Regina faz parte da Comissão de Formação Continuada, juntamente com Glauco, Marcelo Moreno, Kalebe, Carlos, Dina e Marilene, responsáveis pela organização do evento. Esta equipe tem como função propiciar aos professores do Câmpus Caraguatatuba encontros e discussões para fortalecer e diversificar a prática pedagógica.

O público presente foi de cerca de 120 pessoas, entre professores, funcionários e alunos do IFSP e comunidade externa, já que a participação foi aberta a todos. Muitos professores da rede municipal de Caraguatatuba se juntaram a nós para ouvir o professor Pacheco.

A atividade começou às 19 horas e trinta minutos com a professora de Ilhabela Gisele Paes falando sobre Diálogos que brotam do chão, que “é um percurso de formação que pretende de forma coletiva e horizontal mobilizar pessoas interessadas em dialogar sobre educação. Neste sentido, mais do que trazer resposta para os dilemas cotidianos, o percurso pretende construir uma rede de interações a fim de fortalecer os vínculos nas e com as comunidades, reunindo seus conhecimentos e saberes, formando uma inteligência coletiva capaz de compor comunidades de aprendizagens. Numa metáfora com a árvore Guapuruvu, que tem seu nome na origem tupi que significa canoa que brota do chão, confiamos que os diálogos, assim como as canoas, são ferramentas de trabalho importantes para a educação.”

Em seguida, o Professor José Pacheco falou sobre sua experiência sobre educação e a Escola da Ponte, a primeira a adotar uma postura mais flexível em relação a como agrupar os alunos: não existem turmas, séries, nem divisão por idade, todos aprendem juntos dos sete aos dezessete. O currículo se desenvolve por meio de projetos, individuais ou em grupos, e os ambientes são compartilhados por todos. Atualmente é dirigida pela comunidade.

Dentre tudo que foi dito, destacamos a seguir alguns pontos mais relevantes. “O que existe é dificuldade de ensinar, não dificuldade de aprendizagem”, muito real na prática de sala de aula, pois mesmo em casos de deficiências, como um aluno surdo, por exemplo, o professor é que não tem meios de se comunicar com ele. Não se pode considerar que “o aluno é uma peça defeituosa e a escola não tem o que fazer com ele”, “não dá mais para ensinar como se todos fossem um só, conforme Comenius preconizava: torna-se necessário respeitar o ritmo e a capacidade de cada um”.

“Para ocorrer aprendizagem, a escola tem que ser produtora de cultura e conhecimento, é imprescindível criar uma nova construção social de aprendizagem. Como iniciar esta transformação em uma escola? É fundamental constituir núcleos de projetos, sempre considerando a ética, respeitando quem não quer mudar, pois não se discute crença. A formação do professor pressupõe autonomia, solidariedade e responsabilidade, devendo conhecer o legado científico brasileiro na área da Educação. Antes de tudo, não se pode esquecer que escola são pessoas, portanto não dá para focar o ensino nem no aluno, nem no professor: o centro deve ser o foco, pois assim se estabelece uma ponte entre ambos.”

O evento terminou às 23 horas porque a escola fecha nesse horário e o professor estava cansado, pois veio de Campinas. Sucesso total, se não houvesse a questão do tempo poderia ser que ainda estivéssemos todos no auditório até agora, porque houve sintonia total entre público e palestrante. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo, tal foi a empatia estabelecida entre nós. Não estávamos ali para decidir o que é melhor ou pior, quem está certo ou errado, mas sim para ouvirmos um ao outro. Acreditamos que Educação é isso.

Agradecemos imensamente às professoras Gabriela, Melissa e Gisele de Ilhabela pela brilhante participação em nosso evento e por possibilitarem a vinda de tão eminente educador em nosso instituto.

Agradecemos a presença de todos aqueles que estiveram presentes e esperamos que novos encontros como esse ocorram novamente. O IFSP tem como um dos pressupostos da Educação a parceria com a comunidade, e sua presença no câmpus é sempre motivo de orgulho para nós.

 

 

 

 

 

Fonte: Equipe de Formação Continuada 2017

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