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Cinedebate

Cinedebate discutiu ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009

Publicado: Segunda, 18 de Setembro de 2017, 10h55 | Última atualização em Terça, 24 de Abril de 2018, 15h13

No dia 15 de setembro de 2017, sexta-feira, a partir das 16h15, ocorreu uma nova sessão de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme “A Partida”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009. Esta atividade fez parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Julia Cristina Barbosa Lucoveis, Rafael Honório Morais de Oliveira, Rafael do Nascimento Sorensen, Thiffany Souza do Nascimento e Diego Corrêa Peres de Souza), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto e Izabela Duarte). Este cinedebate contou também com a presença da jornalista Indra B. Lasso e da psicóloga Regina Célia Ribeiro do Nascimento.

Professor Ricardo Plaza com bolsistas que organizaram este cinedebate

O filme “A Partida” (o título original em japonês é “Okuribito”) foi dirigido por Yôjirô Takita e lançado em 2008. O trailer desta película japonesa pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=G2TQoUpR5Mc>. Diversas informações interessantes sobre este filme (em inglês) podem ser obtidas no site do IMDB no link: <http://www.imdb.com/title/tt1069238/?ref_=nv_sr_1>.

O filme (que está disponível na íntegra na sua versão dublada para ser assistido no site YouTube) gira em torno de um violoncelista – interpretado de forma tocante por Masahiro Motoki – que tocava numa orquestra de Tóquio, fica desempregado, volta para a sua cidade natal e consegue apenas um emprego como um agente funerário de um ritual tradicional japonês de preparação, limpeza e maquiagem dos corpos de mortos para o velório e cremação. Ele no início achava que o trabalho seria em uma agência de viagens, mas logo se deu conta, em certo sentido, que se tratava uma agência para outro tipo de “viagem”. No início, ele sente vergonha deste seu trabalho, assim como sua esposa e seus amigos, mas com o tempo ele passa a preparar os corpos sem vida de um modo solene e com muita reverência, dignidade e respeito, demonstrando a delicadeza deste ritual de acondicionamento de corpos de pessoas que morreram. O filme discute de modo sensível sobre o que são os chamados padrões de “normalidade” nas nossas vidas, ou seja, sobre o que pode, por exemplo, ser considerado um trabalho “normal”. No mesmo sentido, em uma cena tocante, um pai revela – ao protagonista principal – que somente depois da morte de seu filho é que ele conseguiu superar o preconceito que tinha pelo fato de seu filho “se vestir como uma mulher”, o que permitiu refletir sobre os diversos preconceitos existentes acerca de homossexuais e transexuais.

Cena do filme “A Partida”

Após a exibição do filme, ocorreu um debate interessante sobre diferentes aspectos da trama. Foi lembrado que o filme se iniciou como uma comédia, inclusive com a obra “Ode a alegria” de Beethoven, mas aos poucos foi se tornando cada vez mais dramático, abordando temas como o luto, a saudade, o abandono, o perdão e a empatia. Os presentes lembraram que a morte é a única certeza da vida: assim, a morte pode ser considerada como um espaço de reflexão ou mesmo uma porta de passagem – uma metáfora que aparece ao longo do filme. O filme permite reexaminar a própria vida a partir das reflexões produzidas quando nos defrontamos com a morte, de modo a rever preconceitos, padrões, comportamentos, atitudes e escolhas. De modo simbólico, a morte pode ser também um momento de renascimento e de renovação: as belas cerejeiras em flor na época da primavera no Japão em uma cena do filme é uma indicação disto, pois nos lembra que à morte do inverno se segue o início da vida da primavera.

Regina, Ricardo e Indra

As trocas de olhares entre protagonistas, a bela trilha musical e o inusitado de diversas situações revelam um filme de grande sensibilidade, uma pequena obra-prima do cinema que vale muito a pena assistir. Assim, para os interessados, a linda interpretação de “Ave Maria” durante o filme pode ser assistida no link: <https://www.youtube.com/watch?v=5ZG9vs28g6E>.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP; não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

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