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Cinedebate

Cinedebate discutiu documentário “Uma verdade mais inconveniente”

Publicado: Quinta, 07 de Junho de 2018, 09h29 | Última atualização em Quinta, 07 de Junho de 2018, 09h32

No dia 05 de junho de 2018, DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, terça-feira, a partir das 16h15 da tarde, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a exibição – seguida pelo posterior debate – do documentário “Uma verdade mais inconveniente”. A organização deste cinedebate contou com o apoio de bolsistas do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rafael Honório Morais de Oliveira, Henrique Madeo Pereira, Diego Bortoleto Licca, Caio Cesar Nogueira, Nicolas Gama Coelho Rodrigues e Ryan Nepomuceno Montemor), bem como dos atuais bolsistas de iniciação científica João Pereira Neto (com bolsa PIBIC do CNPq), Rafael Brock Domingos (com bolsa FAPESP), Rafael do Nascimento Sorensen (com bolsa FAPESP) e Diego Corrêa Peres de Souza (com bolsa PIBIFSP), e da ex-bolsistas de iniciação científica Adriana de Andrade (com bolsa PIBIFSP), todos eles orientados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba. Este cinedebate contou com a participação também das professoras Priscila Cristini dos Santos e Shirley Pacheco de Souza, docentes da área de recursos naturais do IFSP-Caraguatatuba. Estiveram presentes membros da comunidade externa ao IFSP e estudantes de diversos cursos do próprio IFSP, em particular alunos do curso técnico em meio ambiente.

Professor Ricardo Plaza com bolsistas que organizaram o cinedebate sobre Uma verdade mais inconveniente

Professor Ricardo Plaza com bolsistas que organizaram o cinedebate sobre “Uma verdade mais inconveniente”

O documentário “Uma verdade mais inconveniente” (o título original em inglês é: “An Inconvenient Sequel: Truth to Power”) foi escrito por Al Gore, dirigido por Bonni Cohen e Jon Shenk e lançado em 2017. Assim como seu predecessor de uma década antes – o documentário “Uma verdade inconveniente” que ganhou o Oscar de melhor documentário e o prêmio Nobel da Paz – este novo filme também trata da questão do aquecimento global e das mudanças climáticas que se agravaram ao longo do tempo, como é evidenciado pelos dados apresentados durante a exibição: segundo a NASA, por exemplo, 15 dos 16 anos mais quentes da história aconteceram a partir do ano 2001. Mais informações sobre este filme podem ser obtidas em inglês no site IMDB e em português aqui. O seu trailer pode ser visto aqui.

Professores Ricardo Plaza Priscila e Shirley

Professores Ricardo Plaza, Priscila e Shirley

Durante o debate foi destacada a fala do Papa Francisco segundo a qual os efeitos mais intensos do aquecimento global serão sentidos sobretudo pelos mais pobres. O bolsista João Pereira lembrou da “Encíclica Laudato Si´” de 2015 sobre o “Cuidado da Casa Comum”, em que o Papa Francisco tece uma forte crítica ao consumismo exacerbado e faz um apelo à unificação de esforços e ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas. Essa Encíclica pode ser lida em português aqui.

Público presente no cinedebate acerca do documentário Uma verdade mais inconveniente

Público presente no cinedebate acerca do documentário “Uma verdade mais inconveniente”

O debate também lembrou os retrocessos ocorridos no que diz respeito às questões ambientais desde a posse do presidente Trump no governo dos Estados Unidos, em particular no que diz respeito à decisão, tomada por Trump em junho de 2017, de retirar os EUA do Acordo de Paris. Um bom artigo de análise em português a este respeito é “Trump anuncia retirada dos EUA do Acordo de Paris” que pode ser lido aqui. Um ponto adicional defendido pelo documentário é que há uma relação evidente entre clima e paz no mundo: a este respeito ele cita, por exemplo, o caso da Síria, país no qual, antes do início da guerra civil, ocorreu uma seca terrível por vários anos que é considerada a maior seca da região dos últimos 900 anos.

O documentário deixa claro que os esforços das nações por substituir combustíveis fósseis por energias renováveis (como solar e eólica) deve levar em conta o estágio de desenvolvimento de cada nação. A Índia, por exemplo, conta ainda com 300 milhões de pessoas que não tem acesso à energia elétrica e para eles a prioridade número um é tornar a energia elétrica acessível para esta imensa quantidade de pessoas: se não existirem mecanismos de compensações, subsídios, ajudas e incentivos econômicos por parte das nações mais ricas, para um país pobre como a Índia, a produção de energia elétrica por meio do carvão ainda é a única opção que cabe no orçamento desta nação, segundo uma cena deste documentário em que o Primeiro-Ministro da Índia argumenta desta forma. O documentário tenta mostrar caminhos para tornar as fontes de energia renováveis tão baratas quanto o carvão.

Cartaz de divulgação do documentário Uma verdade mais inconveniente

Cartaz de divulgação do documentário “Uma verdade mais inconveniente”

A discussão após a exibição do filme ressaltou que o aquecimento global é um problema que transcende as fronteiras entre as nações e por isto mesmo deve implicar ações em conjunto entre os países de modo a, pelo menos no curto prazo, tentar frear o processo de mudanças climáticas sobre o qual já se está perdendo o controle. Além disso, apesar dos negacionistas do aquecimento global, há um esmagador consenso entre cientistas de que o nosso planeta está se aquecendo e que este aquecimento decorre da ação humana, em particular da queima de combustíveis fósseis. Mudar hábitos – como o “american way of life” ou “estilo americano de vida” – não é algo fácil, mas isto terá que ser feito mais cedo ou mais tarde pela humanidade como um todo, devido às consequências terríveis que se vislumbram em termos sociais, políticas e econômicas da acentuação do processo de aquecimento global, se não correrem mudanças de curso. O próprio cartaz de divulgação deste documentário apresenta uma ampulheta indicando que o tempo para a humanidade tomar certas decisões está passando e se esgotando perigosamente.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas e ex-bolsistas de iniciação científica e de extensão no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” do IFSP-Caraguatatuba que é coordenado pelo professor Ricardo Plaza e conta na sua equipe também com os professores Mauro Chaves e Alexandre Rosa. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza para juntos organizarem os detalhes.

Fonte: Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira

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