Cinedebate abordou o primeiro episódio da série "O Conto da Aia"
No dia 21 de setembro de 2019, sábado, a partir das 10h da manhã, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a exibição – seguida pelo posterior debate – do primeiro episódio da primeira temporada da série “O conto da Aia”, uma atividade realizada pelos projetos de extensão “Cinedebate” e “Apresentações Científicas e Culturais”, coordenados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba.
A organização deste cinedebate contou com o apoio do bolsista André da Silva Mendes do projeto de extensão “Apresentações Científicas e Culturais” e do bolsista Vinicius Amaral Sousa Abrahão do projeto de extensão “Cinedebate”, bem como de ex-bolsistas e estudantes voluntários, tais como Nicoli Rocha Santos e Rafael do Nascimento Sorensen, todos eles orientados pelo professor Ricardo Plaza.
A ideia original da realização deste cinedebate partiu dos professores Nelson Alves Pinto e Ana Maria Stabelini, ideia essa que foi encampada prontamente pelo professor Ricardo Plaza. A professora Juliana La Salvia Bueno e a servidora técnico-administrativa Maíra Ferreira Martins também participaram ativamente deste cinedebate que contou com o apoio adicional do professor Kleucio Cláudio.
Participaram ativamente deste cinedebate tanto estudantes de diversos cursos do IFSP-Caraguatatuba, tais como Licenciatura em Física, Licenciatura em Matemática, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio e Técnico em Informática para Internet, quando membros da comunidade externa ao IFSP.
A série “O Conto da Aia” (o título em inglês é “The Handmaids’s Tale”) se passa em um futuro distópico, no qual um grupo fundamentalista cristão, transforma os Estados Unidos em uma república teocrática, instaurando um regime totalitário baseado nas leis do antigo testamento, que retira os direitos das mulheres (elas não pode mais ler, nem votar, nem trabalhar), transformadas em propriedade de homens poderosos a quem elas têm que servir para fins de procriação, de modo a manter os níveis demográficos da população. A série, cuja primeira temporada foi produzida pelo Hulu e lançada em 2017, é baseada em um livro escrito em 1985 pela autora canadense Margaret Atwood e que recebeu, na época, o prêmio britânico “Arthur C. Clarke” destinado a livros de ficção científica. Uma entrevista com a escritora Margaret Atwood sobre este seu livro pode ser lida no artigo intitulado “Margaret Atwood: O Conto da Aia, a Marcha das Mulheres, direitos de pessoas trans e mais” disponível para ser lido no link <https://medium.com/@ericaprado/margaret-atwood-o-conto-da-aia-a-marcha-das-mulheres-direitos-de-pessoas-trans-e-mais-e61993b3732b>.
Muitos dos presentes, durante o debate após a exibição do episódio, destacaram a atualidade desta obra, sobretudo com a ascensão de lideranças que incentivam práticas de intolerância em diversas partes do globo terrestre e com as suas decorrentes tentativas de acabar com o estado laico. Foi lembrado, por exemplo, que a tentativa recente de censura na Bienal do Livro do Rio de Janeiro – por motivos religiosos – de uma obra de história em quadrinhos (“Vingadores”) que estampava um beijo entre dois homens é mais um sinal no sentido de sufocar a própria liberdade de expressão. O artigo, indicado para quem quiser saber mais sobre este episódio, intitulado “Bienal: Tentativa de censura de HQ dos Vingadores com beijo gay saiu pela culatra” pode ser lido no link <https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/quadrinhos/2019/09/bienal-tentativa-de-censura-de-hq-dos-vingadores-com-beijo-gay-saiu-pela-culatra>. No futuro distópico da série “O Conto da Aia” são punidos com enforcamentos tanto homens gays (chamados de “traidores do gênero”), quanto médicos que praticavam abortos em mulheres antes do governo totalitário tomar o poder nos Estados Unidos.
Quem quiser saber um pouco mais a respeito da série “O Conto da Aia” pode ler o artigo intitulado “Por que todo mundo está falando sobre ‘O Conto da Aia’?” disponível no link <https://www.huffpostbrasil.com/2017/05/31/por-que-todo-mundo-esta-falando-tando-sobre-o-conto-da-aia_a_22119483/> e o artigo intitulado “O terror atual no futuro distópico de ‘O Conto da Aia’” disponível no link <https://medium.com/rog%C3%A9rio-de-moraes/an%C3%A1lise-o-terror-atual-no-futuro-dist%C3%B3pico-de-o-conto-da-aia-a70bd3be378>.
Após o debate, ocorreu uma surpresa! O professor Nelson Alves, por iniciativa própria, adquiriu um livro e algumas camisetas, bem como pôsteres e adesivos, todos eles com frases sobre a importância da participação das mulheres na ciência; ele doou este material para ser sorteado entre os presentes ao final do evento.
O livro “As cientistas – 50 cientistas que mudaram o mundo”, escrito e ilustrado por Rachel Ignotofsky (lançado pela Editora Blucher) foi o primeiro item a ser sorteado. O estudante de Erick Fernando dos Santos foi o ganhador dessa obra que analisa as trajetórias de cientistas bem conhecidas, como a primatologista Jane Goodall e a química Marie Curie, e de outras nem tanto, como Katherine Johnson, física e matemática afro-americana que calculou a trajetória da missão Apolo 11 de 1969 à Lua. Duas boas resenhas a respeito deste livro podem ser lidas no site “Minas Nerds” no link <https://minasnerds.com.br/2017/10/03/livro-as-cientistas-50-mulheres-que-mudaram-o-mundo/> e no site “Momentum Saga” no link <https://www.momentumsaga.com/2017/08/resenha-as-cientistas-50-mulheres-que-mudaram-o-mundo-de-rachel-ignotofsky.html>.
Além disso, foram sorteadas algumas camisetas com dizeres sobre a importância das mulheres na ciência que brilham no escuro!
Dentre os felizes participantes que foram sorteados com as camisetas estiveram Rayssa Paschoal, Diana Bianca, Eloísa Nascimento, Samuel Franck e Thomás Furtado; neste último caso, Thomás presenteou a Professora Juliana La Salvia com a camiseta sorteada.
Vários dos presentes saíram também presenteados com pôsteres com frases como “Faça ciência como uma garota” ou em homenagem, por exemplo, à cientista Marie Curie, que recebeu por duas vezes o Prêmio Nobel no início do século XX (uma vez em 1903 na área da Física e a outra vez em 1911 na área da Química).
A equipe que organizou este cinedebate agradece imensamente o professor Nelson Alves pela generosidade em doar o livro, as camisetas e os pôsteres para serem sorteados ao final da atividade.
As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas e voluntários no âmbito dos projetos de extensão “Cinedebate” e “Apresentações Científicas e Culturais”, que são coordenados pelo professor Ricardo Plaza no IFSP-Caraguatatuba. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. A programação dos próximos cinedebates que estão previstos para acontecer se encontra sempre disponível no site do IFSP-Caraguatatuba em um espaço próprio sobre os cinedebates. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas instituições de ensino participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza para juntos organizarem os detalhes.
Fonte: Prof. Ricardo Roberto Plaza Teixeira
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