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Cinedebate

Cinedebate abordou filme sobre a vida da pesquisadora autista Temple Grandin

Publicado: Quarta, 10 de Abril de 2019, 11h55 | Última atualização em Quarta, 10 de Abril de 2019, 12h02

No dia 02 de abril de 2019, terça-feira, pela tarde, a partir das 13h30, ocorreu uma nova sessão de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme “Temple Grandin”. Esta atividade contou com o apoio de ex bolsistas do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”, tais como Kaua Estevam Cardoso de Freitas (que atualmente é bolsista de iniciação científica com bolsa da FAPESP), Ryan Nepomuceno Montemor (que atualmente é bolsista de iniciação científica com bolsa da PIBIC do CNPq) e Larissa Comodaro Nunes Sant’Ana (que atualmente é bolsista de iniciação científica com bolsa PIBIFSP), bem como do ex-bolsista de iniciação científica Rafael Brock Domingos (com bolsa FAPESP), todos orientados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba. O dia 02 de abril é considerado o dia mundial de conscientização do autismo.

 

Público presente no cinedebate sobre o filme “Temple Grandin”

 

Estiveram presentes os professores Renato Aurelio Mainente, Ângela Maria dos Santos e Ticiana Couto Roquejani e as servidoras técnico-administrativas Teresa Cristina Cardoso Pereira Leite Daniel e Tamy Gedinia T. G. Silva que representaram o NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas).

 

Renato, Teresa Cristina, Ricardo Plaza e Ângela

 

Este cinedebate contou com a participação de cidadãs do Grupo de Mães de Autistas de Caraguatatuba, tais como Bárbara Almeida e Patrícia Pereira, que participaram ativamente do debate após a exibição do filme, bem como da psicóloga Mariana Kerches da Silva Leite, de estudantes do Centro Universitário Módulo e de outros membros da comunidade externa ao IFSP-Caraguatatuba.

 

Alguns dos presentes neste cinedebate se reúnem após o seu final

 

Também participou deste cinedebate o vereador Vandinho (Evandro do Nascimento), autor da Lei Municipal 2.373 de 23/11/2017 que instituiu em Caraguatatuba a política municipal de atendimento às pessoas com transtornos do espectro do autismo. Esta lei pode ser lida aqui.

 

Vereador Vandinho e professor Ricardo Plaza

 

O diretor do filme “Temple Grandin”, produzido pela HBO, foi Mick Jackson. Ele narra a história de Temple Grandin (interpretada pela atriz Claire Danes), uma mulher norte-americana autista que se tornou uma das maiores pesquisadoras da área de manejo de gado: ela foi a responsável por revolucionar e humanizar as práticas de tratamento de gado em fazendas e abatedouros.

 

Debate após a exibição do filme “Temple Grandin”

 

Temple Grandin desde jovem se mostrou uma “pensadora visual” que raciocinava e buscava soluções basicamente por meio de imagens. Ao longo do filme, ela afirma que por ser autista era diferente, mas não inferior às outras pessoas: um livro de sua autoria tem justamente o título “Different... not Less” (“Diferente... não Menos”).

 

Temple Grandin na vida real

 

Segundo Temple Grandin, sua mãe a criou desde cedo para ser autossuficiente, algo que foi muito importante em sua vida. Sua mãe, mesmo com a recomendação médica inicial (quando ela era ainda bem pequena) de interná-la em uma instituição psiquiátrica, insistiu desde cedo em proporcionar a ela uma educação formal. No debate após o filme foi lembrado que muitos equívocos foram cometidos no passado devido ao erro de diagnosticar autistas como esquizofrênicos.

 

Ryan, Kaua, Larissa, Rafael Brock e professor Ricardo Plaza

 

O autismo é definido como sendo um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece na infância aos 3 anos de idade, comprometendo a comunicação e dificultando relacionamentos sociais. No caso específico de Temple Grandin, ela desenvolveu a chamada síndrome de Asperger, uma condição psicológica que está dentro do denominado espectro autista, diferindo de alguns outros tipos pelo desenvolvimento da linguagem e cognição.

 

Ricardo Plaza, Tamy e Maria Eduarda

 

O filme mostra que o bullying e as zombarias de outras crianças foi um problema na infância de Temple Grandin. Esta é infelizmente, ainda nos dias de hoje, uma triste realidade na vida de muitas crianças autistas; neste sentido, o debate destacou que é importante lutar contra o preconceito e este filme de fato é uma boa ferramenta para este objetivo.

 

Professor Ricardo Plaza, Hércules Henrique, Heloísa e Patrícia

 

Temple Grandin, de modo criativo, inventou e desenvolveu uma “máquina do abraço” para ajudar pessoas como ela a lidarem com dificuldades de relacionamentos interpessoais. O trailer do filme pode ser assistido aqui. Por sua vez uma animação curta sobre Temple Grandin pode ser assistida aqui.

 

Cena do filme que mostra a máquina do abraço criada por Temple Grandin

 

Em termos da história do cinema, o debate destacou que uma cena clássica do cinema, o denominado “duelo de banjos” do filme “Amargo pesadelo” (1972), mostra um menino que é músico autista desafiando um outro músico com seu banjo; esta bela cena pode ser admirada aqui. O debate também destacou a série “Atypical” (disponível na Netflix) sobre a juventude de um rapaz autista; o trailer desta série pode ser visto aqui.

 

Professor Ricardo Plaza e Bárbara Almeida

 

Mais informações sobre o filme “Temple Grandin” podem ser obtidas em inglês aqui e em português aqui. Algumas cenas importantes que foram recortadas deste filme podem ser vistas aqui.

 

Ricardo Plaza, Mariana Kerches e Patrícia Pereira, após o cinedebate

 

Quando Temple Grandin era bem jovem, o seu professor de ciências na educação básica teve um papel muito importante, pois estimulou o seu interesse pela área científica, mostrando aspectos interessantes acerca do mundo e da natureza. Para este professor, a forma de pensar de Temple Grandin deveria ser vista como uma porta que se abria para um mundo totalmente novo, pois ela via as coisas de um jeito que as outras pessoas não podiam ver.

 

Akaue Souza e Professor Ricardo Plaza, junto com duas alunas de Pedagogia do Centro Universitário Módulo

 

O debate também destacou uma afirmação de Temple Grandin sobre a crueldade no tratamento que damos ao gado: “Criamos eles (bois e vacas) para nós, portanto devemos respeito a eles”. O site da Temple Grandin na vida real, com muitas informações sobre o seu trabalho, pode ser acessado aqui. Em 2018, Temple Grandin esteve no Brasil como informa o artigo “Passagem de Temple Grandin pelo Brasil amplia discussões sobre o autismo” que pode ser lido aqui.

Antes do início da exibição do filme “Temple Grandin”, para provocar uma reflexão sobre a importância da democracia e acerca dos 55 anos do golpe militar de 1964, foi exibido o vídeo “Ditadura Nunca Mais” (com 3 minutos de duração) que está disponível para ser assistido aqui.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de extensão e pesquisa orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do IFSP-Caraguatatuba. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP; não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Docentes e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

Fonte: Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira

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