Alunos da Engenharia Civil realizam visita técnica à Usina Hidrelétrica de Itaipu
A visita técnica como ferramenta pedagógica desempenha papel fundamental na formação dos alunos de graduação. No curso de Engenharia Civil são estudados diversos conceitos que são mais bem compreendidos quando observados na prática. A visita técnica permite que os alunos vejam como os conhecimentos ensinados em sala de aula são aplicados em projetos reais, possibilitando que eles tenham contato com atividades e processos envolvidos em diferentes fases de um projeto, desde o planejamento até a construção e gestão.
Com o objetivo de fixar os conhecimentos adquiridos em sala e estimular o aprendizado dos alunos de graduação em Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, no dia 21/06/2023 foi promovida a visita técnica na Usina Hidrelétrica de Itaipu, com a coordenação da Professora Elaine Regina Barreto e colaboração dos professores da área: João Dalton Daibert Ruan Larisson Toninato Vilela, Samara Salamene e Silvete Mari Soares, coordenadora do curso.
Localizada no rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma das maiores e mais emblemáticas usinas hidrelétricas do mundo, sua construção e operação representam um marco na engenharia e fornecimento de energia limpa e renovável. Sendo um projeto binacional entre os dois países, o objetivo de Itaipu é produzir energia elétrica de forma sustentável para atender às necessidades de ambas as nações. A usina possuí 20 unidades geradoras de energia, cada uma com uma capacidade instalada de cerca de 700 MW, totalizando aproximadamente 14 GW de capacidade máxima, com uma produção média anual de energia superior a 90 TWh (Terawatt-hora), o que a torna uma das maiores produtoras de energia do mundo.
Sua barragem principal conta com aproximadamente 7,8 km de comprimento e forma um amplo reservatório com uma área de mais de 1.350 km², o que contribui para a regulação do fluxo do rio Paraná, evitando inundações e garantindo o suprimento de água para as cidades da região e arredores. Exemplo notável de cooperação entre os dois países, Brasil e Paraguai, para atingir o objetivo comum de produzir energia. O acordo binacional estabelecido em 1973 define os termos de construção, operação e distribuição de energia entre os países. Foi definido que a energia gerada pela usina seria compartilhada de maneira igualitária entre Brasil e Paraguai, dividindo-se os custos e benefícios de forma proporcional. Por não possuir demanda interna para absorver sua cota de energia, posteriormente foram desenvolvidos acordos de comercialização do excedente de energia paraguaio ao Brasil.
A Usina Hidrelétrica de Itaipu é um exemplo. A receita gerada a partir da venda de energia contribui para financiar projetos e programas em ambas as nações, incluindo infraestrutura, educação, saúde e desenvolvimento social. Itaipu demonstra como países podem trabalhar juntos em projetos complexos para alcançar benefícios mútuos e promover o desenvolvimento sustentável. Apesar de seu tamanho, a usina de Itaipu é considerada uma fonte de energia relativamente limpa, uma vez que a produção é baseada na força da água em vez de combustíveis fósseis, contudo, a usina teve um impacto ambiental significativo na região incluindo mudanças no fluxo do rio e alterações no ecossistema local, devido a inundação de grandes áreas necessárias para sua construção.
A visita dos alunos do curso de Engenharia Civil teve início com a apresentação de algumas das regras e equipamentos necessários para a visita. Informadas as instruções e distribuídos os EPIs, os alunos seguiram, após uma parada no caminho para observar, no nível mais alto da barragem, o reservatório e a continuação do rio Paraná após passar a usina. Durante o caminho até a entrada os instrutores passaram algumas características da usina como suas 20 unidades geradoras de energia que correspondem as suas 20 turbinas, o coração da usina, assim como curiosidades históricas de seu papel geopolítico e sua construção.
Na entrada da usina é possível tocar as turbinas permitindo sentir a vibração gerada pela passagem da água por elas. Após a entrada na usina e seguindo o caminho até o eixo das turbinas é possível conhecer as salas de controle de Itaipu, além dos equipamentos de controle do seu funcionamento, tanto analógicos quanto digitais. É possível notar as influências do acordo binacional em cada um dos setores da usina, como placas e instruções em espanhol e português.
Na região das tampas das unidades geradoras, na cota 108, é possível ver as estruturas que são removidas quando há a necessidade de manutenção ou revisão em alguma turbina. Já no eixo dessas estruturas é possível ver o rotor, componente responsável por movimentar os elementos que através da variação gerada no campo magnético serão capazes de produzir energia elétrica.
Após o percurso pelo interior da usina, a visita técnica foi finalizada em um observatório que fica à frente da barragem principal, de forma a proporcionar uma vista panorâmica de toda a usina, com suas 20 unidades geradoras e os vertedouros que são abertos quando há necessidade de regular o nível do rio Paraná a montante da usina hidrelétrica.
A coordenadora da visita técnica, professora Elaine, relatou que sente muita satisfação ao organizar a visita visto que é uma oportunidade inigualável de crescimento profissional para os alunos. Todos os professores envolvidos concordam com a importância de um evento deste porte na formação dos discentes.
Agradecemos ao IFSP Caraguatatuba pela oportunidade de mais uma iniciativa que representa um grande diferencial na formação dos alunos envolvidos.
Elaboração do texto: Victor Henrique Procópio de Oliveira – 10º semestre do Curso Bacharelado em Engenharia Civil.
Revisão: Professora Elaine Regina Barreto
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