Professora ministrou palestra no IFSP sobre a violência contra a mulher
No dia 16 de maio de 2017, terça-feira, entre 10h30 e 12h00, no auditório do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a palestra intitulada “Violência contra a mulher: aspectos psicológicos e sociais” que foi ministrada pela Profa. Dra. Renata Plaza Teixeira, docente de psicologia do IFSP-Cubatão. A professora Renata obteve o título de doutorado em psicologia no ano de 2004 no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Ela foi convidada para esta atividade pelo coordenador do curso de Licenciatura em Física do IFSP-Caraguatatuba, Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira. Este evento fez parte da Semana Cultural do IFSP-Caraguatatuba, que ocorreu entre 15 e 20 de maio de 2017.
Palestra da professora Renata
No início de sua palestra, a professora Renata destacou que estudos realizados em vários países demonstram a ocorrência de violência por parte de maridos e companheiros contra suas esposas em um dentre cada quatro casais. No Brasil, estudos do Grupo Parlamentar Interamericano sobre População e Desenvolvimento da ONU mostram a ocorrência de mais de 205 mil casos de agressões contra a mulher no período de um ano, segundo informações colhidas nas delegacias da mulher. Foi explicado também que a Lei 11.340 de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como “Lei Maria da Penha” – que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher – resultou de uma condenação do Estado Brasileiro, em 2001, por parte da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Professores Renata e Ricardo
Já de acordo com dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil. A estimativa é de que apenas 10% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia, ou seja, há uma grande subnotificação. Registros do Sinan (Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde) de 2011 demonstram que 89% das vítimas de estupro são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade; do total, 70% são crianças e adolescentes. De acordo ainda com o IPEA, em levantamento feito com base nos dados de 2011 do Sinan, 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima, o que indica que o principal inimigo está dentro de casa e que a violência nasce dentro dos lares.
Público presente na palestra da professora Renata
Foram apresentados dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados em 2016, segundo os quais as mulheres trabalham mais e ganham menos. Enquanto a jornada de trabalho semanal das mulheres é em media de 55,1 horas, a do homem é de 50,5 horas; por outro lado, em 2015, a renda das mulheres equivalia a 76% da renda dos homens. Na área científica, por sua vez, um levantamento recente (2017) indicou que as mulheres já produzem metade da ciência que é produzida no Brasil: a proporção de mulheres que publicam artigos científicos cresceu 11% nos últimos 20 anos no Brasil.
Professoras Tatiana e Renata
Os estudantes do IFSP-Caraguatatuba fizeram diversas perguntas e reflexões após a palestra, demonstrando que há um grande interesse pelo aprofundamento de discussões sobre este tema. Durante o debate foi lembrado a respeito do impressionante filme “Polytechnique” que relata o massacre de Montreal de 1989 em que 14 alunas de engenharia foram mortas no prédio da Escola Politécnica desta cidade canadense por um homem misógino que afirmou estar lutando contra o feminismo e que se suicidou em seguida.
Ao final do evento, a Profa. Ma. Tatiane Roselli Ribeiro, docente da área de Construção Civil do IFSP, entregou para a professora Renata o certificado informando que ela ministrou esta palestra. Atividades acadêmicas como esta são muito importantes para que a sociedade tome consciência de diversos aspectos envolvendo esta questão que é tão complexa e, ao mesmo tempo, tão relevante para todos, homens e mulheres.
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