Cinedebate no IFSP-Caraguatatuba tratou do filme clássico de ficção científica “2001 - Uma odisseia no espaço”
No dia 11 de maio de 2017, quinta-feira, entre 16h00 e 19h00, aconteceu um cinedebate com a exibição (seguida pela posterior discussão) do filme clássico de ficção científica “2001 – Uma odisseia no espaço”, no auditório do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Esta atividade faz parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Juliana Caroline da Silva Sousa, Diego Corrêa Peres de Souza, Rafael Honório Morais de Oliveira e Rafael do Nascimento Sorensen), bem como de bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto e Izabela Duarte).
Professor Ricardo Plaza e alguns dos bolsistas que organizaram o cinedebate sobre o filme “2001 - Uma odisseia no espaço”
“2001 – Uma odisseia no espaço” (título original em inglês: “2001 – A space odissey”) é uma obra-prima que foi dirigida por Stanley Kubrick e lançada em 1968. O seu trailer pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=XHjIqQBsPjk>. A palavra “Odisseia” do título é uma referência ao livro escrito na Grécia antiga por Homero e que narra a jornada épica de um grupo de navegadores rumo ao desconhecido. Mais informações (em inglês) sobre este filme podem ser obtidas no site IMDB no link: <http://www.imdb.com/title/tt0062622/?ref_=nv_sr_1>. Ele é considerado uma obra aberta e complexa, com muitas cenas lentas e cadenciadas em um espaço sideral que é normalmente silencioso, sem um enredo linear convencional e com poucos diálogos, mas que procura refletir basicamente sobre a relação do homem com o universo e seus mistérios. Não é um filme de entretenimento, mas sim uma obra para ser interpretada e para provocar a nossa imaginação e incentivar reflexões filosóficas.
As cenas iniciais do filme são de grande impacto visual e cognitivo: trata-se do trecho “A aurora do homem” que aborda a vida de nossos ancestrais símios há alguns milhões de anos e a hipótese (fictícia e sem evidência experimental) de que a faísca da inteligência foi “implantada” em alguns deles, pela ação de algum ser ou consciência extraterrestre, por meio de um grande monolito negro. Alguns minutos destas fantásticas cenas iniciais podem ser vistas no link: <https://www.youtube.com/watch?v=ypEaGQb6dJk>. As cenas seguintes, após um salto de milhões de anos, mostram uma nave se aproximando de uma estação orbital ao som da valsa “Danúbio Azul” com a imensidão do universo ao fundo; é possível admirá-las no link: <https://www.youtube.com/watch?v=xyjOjT8d8RI>. Os minutos psicodélicos finais do filme dão margem a uma multiplicidade de interpretações, inclusive a respeito da morte e sobre o destino da humanidade: <https://www.youtube.com/watch?v=DTYxqiTxizU>. Há muitos conceitos de física que são discutidos no filme, como, por exemplo, o uso de uma força centrípeta provocada por um movimento de rotação, para simular um efeito gravitacional em uma nave espacial, como é explicado neste vídeo de 2 minutos: <https://www.youtube.com/watch?v=1wJQ5UrAsIY>. O astronauta se exercitando e correndo nesta nave em forma de anel remete também às gaiolas em forma de rodas usadas com ratos de laboratório.
Esta película baseia-se no livro de mesmo título de Arthur C. Clarke, um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos; ele também escreveu três sequências para este livro: “2010 – Odisseia 2” (que foi transformado no filme “2010 – O ano em que faremos contato”), “2061- Odisseia 3” e “3001 – A odisseia final”. A sua versão em português em pdf pode ser lida em: <http://www.inape.org.br/wp-content/uploads/2010/07/arthur_c_clarke_2001_odisseia_no_espaco.pdf>. Para quem quiser tentar a leitura em inglês, é possível obter esta obra em: <http://www.angelfire.com/blog2/endovelico/ArthurC.Clark-2001.pdf>. Ao final do prólogo do livro “2001 – Uma odisseia no espaço”, o seu autor discorre sobre a perspectiva de um dia encontrarmos seres inteligentes extraterrestres: “Os homens não têm sido muito rápidos a encarar esta perspectiva; alguns ainda esperam que ela nunca se torne realidade. Cada vez mais gente, no entanto, pergunta: ‘Por que razão não ocorreram já tais encontros, se nós próprios estamos prestes a aventurar-nos no espaço?’ E por que não? Este livro é uma resposta possível a pergunta tão razoável. Mas não se esqueçam: esta é apenas uma obra de ficção. A verdade, como sempre, será muito mais estranha.” Neste sentido, no filme, quando se comenta sobre o fato de que astronautas encontraram, na Lua, um artefato seguramente produzido por uma inteligência extraterrestre, um dos personagens comenta que esta é com certeza uma das maiores descobertas da história da ciência. A cena desta obra cinematográfica em que os astronautas caminham na Lua de certo modo antecipou em um ano o vídeo televisionado para o mundo todo que mostra o astronauta norte-americano Neil Armstrong caminhando na Lua em 20 de julho de 1969.
Durante o debate, após a exibição de “2001”, os presentes enfatizaram a importância do computador HAL-9000 como sendo um sexto membro da tripulação da nave enviada para Júpiter e como a relação do computador (criatura) com o ser humano (criador) seria equivalente, em alguns sentidos, à nossa relação com os nossos possíveis “criadores”. Foi lembrada também a cena em que os astronautas lidam, na nave espacial, com espécies de “tablets” algo que com pode ter inspirado engenheiros e tecnólogos a criarem estes dispositivos décadas depois. Diversos esclarecimentos sobre esta bela obra cinematográfica, podem ser obtidos no vídeo “2001 - Uma Odisseia no Espaço – Entenda o filme” disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=48yzW2ZDwCQ>.
Astronauta com uma espécie de “tablete” em cena deste filme que foi lançado em 1968
Após o cinedebate, bolsistas do professor Ricardo Plaza montaram o telescópio refrator adquirido pelo IFSP-Caraguatatuba, na área aberta existente atrás do auditório da instituição, e realizaram observações do céu noturno. O Prof. Me. Jurandi Leão Santos acompanhou seus estudantes da turma de primeiro semestre do curso de Licenciatura em Física que utilizaram este telescópio para observar corpos celestes.
As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. As datas e os horários em que estas sessões ocorrerão também são sempre previamente comunicados a todos os interessados por informes publicados no site do IFSP-Caraguatatuba. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.
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