Cinedebate no IFSP-Caraguatatuba discutiu o documentário “O invasor americano” do cineasta Michael Moore
No dia 06 de maio de 2017, sábado, pela manhã, entre 09h00 e 12h00, ocorreu um cinedebate com a exibição – seguida pela posterior discussão – do documentário “O invasor americano”, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Esta atividade faz parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Thiffany Souza do Nascimento, Juliana Caroline da Silva Sousa, Rafael Honório Morais de Oliveira e Rafael do Nascimento Sorensen), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto e Rafael Brock Domingos) e da estudante voluntária Izabela Duarte que colabora com estas atividades de extensão. Este cinedebate também contou com a participação importante do Prof. Me. Nelson Alves Pinto, docente da área de informática do IFSP-Caraguatatuba.
Estudantes que organizaram este cinedebate juntamente com os professores Nelson e Ricardo
O documentário “O invasor americano” (título original em inglês: “Where to invade next”) foi dirigido por Michael Moore e lançado em 2015. Mais informações sobre este filme (em inglês) podem ser obtidas na base de dados do site IMDB em: <http://www.imdb.com/title/tt4897822/?ref_=nv_sr_1>. O seu trailer pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=1KeAZho8TKo&t=29s>. A veia crítica em relação à política americana de Michael Moore pode ser observada também em alguns de seus outros principais documentários anteriores, como, por exemplo, “Tiros em Columbine”, “Fahrenheit 9/11” e “Capitalismo – Uma história de amor”.
Professor Nelson debate com os presentes acerca de temas abordados pelo filme
No documentário “O invasor americano”, Michael Moore “invade” pacificamente uma série de países com o objetivo de conhecer boas ideias e levá-las para os EUA de modo a tornar melhor a vida dos norte-americanos. Entre as políticas públicas que examina estão a educacional, a de saúde pública e a relativa ao sistema prisional, todas elas absolutamente atuais para nossa realidade. O principal alvo das reflexões críticas do diretor neste filme é o chamado “american way of life” (“estilo americano de viver”). Uma das questões abordadas é a respeito da privatização do ensino superior nos EUA que obriga grande parte dos jovens oriundos das classes trabalhadores a contrair dívidas imensas para conseguir pagar as mensalidades referentes aos seus cursos universitários. Michael Moore mostra jovens cidadãos norte-americanos que partiram para morar em países europeus (como a Eslovênia) onde podem cursar gratuitamente em universidades públicas e de qualidade. O filme “O invasor americano” é provocador e divertido, e pode ser assistido gratuitamente em vários links existentes na plataforma de vídeos do site YouTube, por exemplo. Uma boa análise do filme “O invasor americano” pode ser lida em: <https://cinemaemovimentoblog.wordpress.com/2017/01/22/o-invasor-americano/comment-page-1/>.
Professores Nelson e Ricardo
Alguns trechos de “O invasor americano” chamam a atenção para uma séria reflexão a respeito de valores e de equívocos sobre os quais se estruturam muitas convicções. Na Tunísia, por exemplo, Michael Moore visita um Centro Médico público e gratuito, onde as mulheres podem realizar o aborto de modo seguro: neste país de maioria muçulmana, o aborto é legal desde 1973. Em Portugal, o cineasta descobre que há mais de 15 anos ninguém é preso por consumir drogas, questão esta que é abordada neste país em termos de saúde pública e não em termos policiais; ele relata também que ao descriminalizar o uso de drogas, o seu consumo caiu, em vez de crescer. Na Finlândia, Michael Moore aprende que o objetivo mais importante das Escolas é possibilitar que os estudantes sejam felizes e que a Educação é vista como um bem público e não como um negócio. Na Noruega, Michael Moore descobre que o sistema prisional deste país trata seus presos como seres humanos e com dignidade, pois é baseado no princípio da reabilitação, não da vingança; aprende também que ao contrário dos EUA, na Noruega os presos podem votar, e que a maior sentença de prisão existente no sistema judiciário norueguês é de 21 anos. Na Itália, o diretor de “O invasor americano” aprende que a legislação do país garante, a todos os trabalhadores, férias de mais de 30 dias, um 13º salário por ano e licença maternidade para mulheres que deram à luz; em contraposição, ele informou também que não há na legislação dos EUA uma garantia legal do pagamento de licença maternidade e de um mês de férias por ano. Um dos italianos entrevistados neste filme, afirmou que os direitos trabalhistas existentes hoje em seu país não foram “dados”, mas sim conquistados com muita luta. Questões como estas propiciaram discussões instigantes, após a exibição do filme, que se prolongaram até após o meio-dia. Muitas destas discussões refletiram sobre como o modelo de sociedade existente nos EUA valoriza mais o “eu” e o interesse individual, em contraposição a outras sociedades retratadas no filme que procuram valorizar mais o “nós” e os interesses coletivos.
As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.
As opiniões e os pontos de vista manifestados nas atividades descritas neste texto não necessariamente refletem a posição institucional do IFSP e são de inteira responsabilidade das pessoas que manifestaram tais opiniões e pontos de vista.
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