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Cine-Debate discutiu filmes sobre o tema “Meninas e Direitos Humanos”

Publicado: Quarta, 14 de Outubro de 2015, 18h33 | Última atualização em Quarta, 14 de Outubro de 2015, 18h33

No dia 13 de outubro de 2015, terça-feira, ocorreu mais um Cine-Debate no auditório do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), desta vez com a exibição e discussão de dois filmes sobre o tema “Meninas e Direitos Humanos”: “O sonho de Wadjda” e “Geração roubada”. A atividade foi organizada pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira, coordenador do projeto de extensão “Cine-Debate: História, Ciência e Cultura”. Os estudantes universitários que colaboraram diretamente para a organização desta atividade foram: Giovanna Ataria Campos Santos, Lucas Demetrio Muniz, Ana Beatriz Vieira de Sousa, João Pereira Neto, Lucas Conelian de Oliveira, Adriana de Andrade, Dérick Alves de Jesus, Ariane Aparecida Roque Pereira Horta e Rafael Brock Domingos.

O primeiro filme apresentado às 16:00 foi “O sonho de Wadjda”, película de 2012 que foi dirigida pela diretora Haifaa Al-Mansour. Este foi o primeiro filme dirigido por uma mulher na história da Arábia Saudita. Basicamente este filme conta a história de uma menina de 10 anos que vive em um subúrbio de Riad, capital da Arábia Saudita, e que sonha em ter uma bicicleta para brincar com seu melhor amigo, em uma cultura na qual meninas não podem ter bicicletas. Mas Wadjda é uma menina inteligente e que tenta constantemente desafiar os limites opressores daquilo que uma menina pode fazer de acordo com os costumes vigentes na sociedade em que vive.

O segundo filme apresentado às 19:00 foi “Geração roubada” (título original: “Rabbit-Proof Fence”), película de 2002 que foi dirigida por Phillip Noyce. O filme é baseado em uma história real. Ele se passa na Austrália do início dos anos 1930. A história é sobre três meninas aborígenes (etnia nativa da Austrália) que foram separadas de suas famílias e levadas a um campo de treinamento para meninas que está afastado quase três mil quilômetros de sua casa. Isto era comum na época devido à legislação de caráter racista que permitia que a autoridade governamental separasse meninas aborígenes para destiná-las a um casamento forçado com australianos brancos com o objetivo de “clarear” a população australiana ao longo dos tempos; tal tipo de política estava em sintonia com o nazi-fascismo que também crescia na Europa da mesma época, doutrina esta baseada essencialmente no ódio contra determinados grupos sociais (minorias étnicas, homossexuais, militantes de esquerda, etc). Durante o filme, as meninas fogem do campo onde foram levadas e tentam atravessar a pé toda a Austrália no caminho de volta para casa, com policiais perseguindo-as.

O debate que ocorreu após cada um dos dois filmes, contou com a participação da Profa. Dra. Divina de Fátima dos Santos do Centro Universitário Módulo. Segundo a professora Divina é importante refletir como todos nós, muitas vezes, mesmo no século XXI, reproduzimos hábitos e costumes de modo acrítico, apenas porque sempre fizemos assim ou pelo fato de nossos pais, avôs, bisavôs, etc, sempre terem feito assim também. Para ela a educação tem um papel fundamental para superar as amarras invisíveis da sociedade que acabam oprimindo de várias formas seus membros, sobretudo a educação das meninas: “eduque um homem e você estará apenas educando um homem; eduque uma mulher e você estará educando toda uma família”. O debate focou na questão dos avanços que já ocorreram nas questões dos direitos humanos, mas também no quanto falta ainda avançar em diversas outras questões que oprimem diversos grupos sociais: mulheres, negros, homossexuais, migrantes, etc.

As sessões de cine-debates acontecem com periodicidade quinzenal, são gratuitas e estão abertas a quaisquer interessados das comunidades interna e externa ao IFSP. O site cinedebate.com.br divulga as atividades que são realizadas e é uma boa fonte para quem quer conhecer melhor este projeto, inclusive para se informar sobre os próximos cine-debates.

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