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Cinedebate no IFSP refletiu sobre o filme “Capitão Fantástico”

Publicado: Sábado, 17 de Junho de 2017, 06h04 | Última atualização em Sábado, 17 de Junho de 2017, 06h04

No dia 12 de junho de 2017, segunda-feira, entre 16h15 e 19h00, ocorreu uma nova sessão de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme “Capitão Fantástico”. Esta atividade fez parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Julia Cristina Barbosa Lucoveis, Juliana Caroline da Silva Sousa, Diego Corrêa Peres de Souza, Rafael Honório Morais de Oliveira, Rafael do Nascimento Sorensen e Thiffany Souza do Nascimento), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto, Adriana de Andrade, Rafael Brock Domingos e Izabela Duarte).

Bolsistas que organizaram este cinedebate juntamente com o professor Ricardo PlazaBolsistas que organizaram este cinedebate juntamente com o professor Ricardo Plaza

O filme “Capitão Fantástico” (título em inglês: “Captain Fantastic”) é um “dramédia” (uma comédia dramática) que descreve a estória de um pai (Ben) que cria seus seis filhos nas florestas das montanhas do noroeste dos Estados Unidos, praticamente isolados do mundo, com uma educação rigorosa intelectual e fisicamente, a partir de princípios éticos sólidos, de modo a torná-los independentes da sociedade de consumo capitalista existente nos dias de hoje: ele ensina a seus filhos, desde técnicas de sobrevivência na selva até literatura erudita e fundamentos de física quântica! O filme foi dirigido por Matt Ross, lançado em 2016 e conta com o ator Viggo Mortensen no papel principal do pai das crianças. Boas análises e mais informações a respeito deste filme (em inglês) podem ser encontradas em três fontes existentes na internet: no site “IMDB – Internet Movie DataBase” (<http://www.imdb.com/title/tt3553976/?ref_=nv_sr_1>), no site “Metacritic” (<http://www.metacritic.com/movie/captain-fantastic>) e no site “Rotten Tomatoes” (<https://www.rottentomatoes.com/m/captain_fantastic/>). Informações e análises em português podem ser encontradas no site “Adoro Cinema” (<http://www.adorocinema.com/filmes/filme-227320/>). O trailer deste filme pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=YgRo_taGWPg>. O próprio filme “Capitão Fantástico” está disponível para ser assistido em sites de armazenamento de vídeos, como o YouTube.

Cena do filme “Capitão Fantástico”: Ben e seus seis filhosCena do filme “Capitão Fantástico”: Ben e seus seis filhos

A narrativa do filme procura lidar com a dualidade relacionada à questão de como lutar contra um sistema considerado injusto e ao mesmo tempo, de algum modo, ter de viver dentro deste mesmo sistema. Neste sentido, o personagem principal não faz concessões às diferentes formas de opressão possíveis, quando afirma: "Marxistas podem ser tão genocidas quanto capitalistas". Esta película é também um convite a uma vida bem vivida, como ocorre quando o pai diz a seu filho mais velho: “Viva cada dia como se fosse o último”. Uma referência feita diversas vezes durante o filme é a respeito do pensamento do importante linguista, crítico anticapitalista e ativista político norte-americano, Noam Chomsky (<https://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky>), por exemplo, quando é citada uma reflexão deste pensador: "Se você admite que não há esperança, então você garante que não haverá esperança. Se você admite que há um instinto para a liberdade, que existem oportunidades de mudar as coisas, então há a possibilidade de que possa contribuir para a construção de um mundo melhor." Um diálogo revelador do filme ocorre quando um dos seus filhos questiona a postura do pai, perguntando “Que tipo de gente maluca celebra o aniversário de Noam Chomsky como se isso fosse um tipo de data oficial? Por que não celebramos o Natal como todo o resto do mundo?”, recebendo como resposta “Você preferia celebrar um elfo mágico fictício em vez de um humanitário vivo que fez tanto para promover os direitos humanos e o entendimento?”. De modo mais profundo, o filme é uma crítica contundente à vida superficial e fútil que é produzida com frequência pela sociedade de consumo.

A bela cena do filme em que pai e filhos cremam o corpo da mãe que tinha morrido (segundo seu próprio desejo, pois ela era budista), em um ritual libertário e hippie, ao som da música “Sweet child O’Mine”, com uma bela paisagem de fundo – um ato que simboliza a ideia do corpo que volta a reintegrar-se com a natureza –, vale muito a pena ser assistida e está disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4tFny-tEDUg>.

O debate após a exibição do filme destacou a educação proposta e efetivada pelo pai que estava solidamente calcada na busca pela autenticidade, nas habilidades necessárias para a sobrevivência e em conhecimentos humanistas em diversas áreas como a sociologia, a filosofia, a literatura, a história e as artes, de modo a superar a alienação, o conformismo, a apatia e o individualismo que são produtos da sociedade de consumo atual. Um destaque foi conferido a uma fala do pai no filme: “Os poderosos controlam a vida dos sem poder. É assim que o mundo funciona. É desleal e injusto.” Neste sentido, como conhecimento é poder, para quem pensa de modo semelhante, é prioritária a tarefa emancipatória de tornar possível a todos – independentemente da classe social – o acesso à educação de qualidade, à cultura, à ciência e às artes.

Debate após a exibição do filme Capitão FantásticoDebate após a exibição do filme Capitão Fantástico

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

As opiniões e os pontos de vista manifestados nas atividades descritas neste texto não necessariamente refletem a posição institucional do IFSP e são de inteira responsabilidade das pessoas que manifestaram tais opiniões e pontos de vista.

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