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Colóquio sobre Etnomatemática ocorreu no IFSP-Caraguatatuba

Publicado: Segunda, 23 de Mai de 2016, 17h50 | Última atualização em Segunda, 23 de Mai de 2016, 17h50

No dia 17 de maio de 2016, terça-feira, a partir das 09:45 horas da manhã, a Profa. Dra. Eliane Costa Santos apresentou o colóquio intitulado “Etnomatemática e Cultura Africana: um olhar para geometria dos teares Kente” no auditório do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O colóquio fez parte da Semana Cultural da instituição e ocorreu sob a organização da Profa. Ma. Jaqueline Lopes. O público presente a este colóquio foi constituído por estudantes das turmas do curso de Licenciatura em Matemática e de outros cursos do IFSP-Caraguatatuba.

Professora Eliane durante seu colóquioProfessora Eliane durante seu colóquio

A Professora Eliane faz parte do Grupo de Pesquisa em Etnomatemática da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e é assessora do Núcleo Étnico-Racial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Professoras Jaqueline e ElianeProfessoras Jaqueline e Eliane

A professora Eliane iniciou seu colóquio salientando a visão eurocêntrica da educação tradicional brasileira, ressaltando o quanto os indígenas e os descendentes de africanos são tornados “invisíveis” como agentes históricos. A professora refletiu também sobre como a imagem da África no Brasil é sempre carregada de estereótipos negativos (fome, doença, guerra, etc.), o que se reflete na produção de valores e na visão de mundo que se produz a respeito deste continente de onde vieram os ancestrais de cerca de metade da população brasileira.

Professora Eliane juntamente com alunas de Licenciatura em MatemáticaProfessora Eliane juntamente com alunas de Licenciatura em Matemática

Para a professora Eliane é importante estudar a história da África e a cultura africana para podermos de fato conhecer os afro-brasileiros e sua cultura: “Negar o saber-fazer dos africanos e afro-descendentes é perpetuar a ideologia da colonização que invisibiliza outras culturas”. A este respeito, segundo a professora Eliane, as escolas brasileiras ainda têm um currículo pautado numa relação de hegemonia eurocêntrica com base na ideologia do colonialismo.

Público presente ao colóquio sobre EtnomatemáticaPúblico presente ao colóquio sobre Etnomatemática

A professora Eliane destacou também que a Etnomatemática é um campo de conhecimento associado a outras áreas como a história da Matemática e a Educação Matemática, e que foi reconhecida internacionalmente após o 5º Congresso Internacional de Educação Matemática (ICME-5), ocorrido em Adelaide (Austrália), em 1984, a partir do trabalho “Sociocultural Bases for Mathematics Education” (“Bases socioculturais pra a educação matemática”), apresentado pelo importante pesquisador brasileiro Ubiratan D´Ambrosio, um dos fundadores desta área.

A professora Eliane também lembrou que historicamente a Geometria nasceu da necessidade de medir a terra no Egito, no norte da África; assim sendo, os africanos desde tempos ancestrais estão associados a uma geometria prática que pode ser observada também nos tecidos com motivos geométricos produzidos por povos africanos e que foram analisados durante o colóquio.

Ao final do evento a professora Jaqueline entregou – em nome da organização da Semana Cultural – uma lembrança para a professora Eliane, agradecendo-a pelo colóquio que despertou o interesse de vários dos licenciandos em Matemática presentes que perceberam a amplitude de possibilidades para a realização de pesquisas futuras na área da Etnomatemática.

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