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Palestra no IFSP-Caraguatatuba discutiu a presença das Mulheres na Astronomia

Publicado: Sábado, 20 de Mai de 2017, 08h03 | Última atualização em Sábado, 20 de Mai de 2017, 08h03

No dia 18 de maio de 2017, quinta-feira, entre 19h e 20h40, no auditório do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a palestra “Mulheres na Astronomia” que foi ministrada pelo Prof. Dr. Alex Lino (docente de física do IFSP-Caraguatatuba) em conjunto com a estudante do curso de Licenciatura em Física, Thiffany Souza do Nascimento que é também bolsista do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”, coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira, que esteve presente nesta atividade junto com seus outros bolsistas de extensão e de iniciação científica.

Professor Alex, Thiffany e professor Ricardo Professor Alex, Thiffany e professor Ricardo

Estiveram presentes nesta palestra estudantes de todos os cursos superiores do IFSP (Licenciatura em Física, Licenciatura em Matemática, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Tecnologia em Processos Gerenciais e Engenharia Civil), bem como estudantes dos cursos técnicos e interessados em geral do público externo. O Prof. Dr. Tiago de Jesus Santos, o Prof. Me. Jurandi Leão Santos e o Prof. Me. Rafael Nogueira Luz também assistiram esta palestra.

Professores Jurandi, Rafael, Tiago, Ricardo e AlexProfessores Jurandi, Rafael, Tiago, Ricardo e Alex

O professor Alex Lino iniciou a atividade perguntando para os presentes se alguém conhecia o nome de alguma mulher astrônoma. Não houve resposta. Em seguida perguntou se alguém conhecia nomes de mulheres importantes na ciência em geral. Desta vez alguns citaram o nome da madame Marie Curie, que ganhou dois prêmios Nobel, um de física e um de química. Alex lembrou os nomes da cosmonauta russa Valentina Tereshkova (a primeira mulher a ir ao espaço em 1963), da astrônoma Vera Rubin (que faleceu no ano passado e foi a primeira a perceber que existiam “anomalias” na velocidade de rotação das estrelas existentes na periferia das galáxias espirais, o que levou à proposição da existência de “matéria escura”) e da astrofísica Cecilia Payne-Gaposchkin (que foi a primeira a propor que o Sol é composto majoritariamente por hidrogênio).

O foco principal da apresentação do professor Alex, entretanto, esteva na filósofa, matemática e astrônoma Hipátia que viveu na cidade de Alexandria no final do século IV e início do século V d.C.. Segundo as palavras de Sócrates, o Escolástico: “Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Platino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos”. Hipátia foi também diretora na famosa Biblioteca de Alexandria que no passado teve o papel fundamental de reunir e disseminar o conhecimento humano. Hipátia enfrentou a intolerância que cresceu na época em Alexandria, sobretudo após a transformação do cristianismo de religião reprimida para religião dominante na região: ela foi acusada de ir contra os costumes morais (de não ser uma mulher temente a Deus) e de ser uma bruxa, devido aos seus conhecimentos sobre astronomia. No ano 415 ela foi atacada por uma multidão fanática de seguidores do bispo católico Cirilo (que mais tarde foi santificado): teve sua roupa tirada e foi apedrejada e esfolada até a morte, na mesma época em que a biblioteca de Alexandria foi destruída pelos cristãos. Um filme muito bom que relata a história de Hipátia é “Alexandria” (título original: “Agora”).

[caption id="attachment_18432" align="aligncenter" width="429"]Palestra do professor AlexPalestra do professor Alex Palestra do professor Alex[/caption]

Na sequência, a estudante Thiffany apresentou um pouco da história de astrônomas famosas. como a já mencionada Vera Rubin, a norte-americana Henrietta Swan Leavitt (que, no início do século XX, trabalhou com estrelas variáveis as chamadas variáveis cefeídas, com resultados que permitiram calcular as distâncias até outras galáxias) e a alemã Caroline Herschel (que colaborou com seu irmão William Herschel no esforço que redundou na descoberta do planeta Urano em 1781). Thiffany procurou em sua apresentação pensar a respeito da pergunta provocadora: “A ciência é masculina?” Ela procurou encontrar os motivos pelos quais, desde o passado, grande parte da produção intelectual humana foi sempre masculina.

Durante o espaço para perguntas e debates, o professor Ricardo Plaza lembrou que dados publicados neste ano de 2017 indicam que no Brasil, as mulheres já são responsáveis por quase a metade da produção científica nacional, que ocorre predominantemente por meio da publicação de artigos em revistas acadêmicas (<http://periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/mulheres-j%C3%A1-produzem-metade-da-ci%C3%AAncia-do-brasil-segundo-relat%C3%B3rio-da-elsevier>)

[caption id="attachment_18431" align="aligncenter" width="429"]Palestra da estudante ThiffanyPalestra da estudante Thiffany Palestra da estudante Thiffany[/caption]

A participação de estudantes dos mais variados cursos em eventos acadêmicos como este colabora muito com o seu amadurecimento intelectual e desenvolve o interesse e a motivação para o estudo de temas científicos; ajuda também a desmistificar preconceitos que ainda são muito arraigados em setores da sociedade brasileira. Após a palestra, o professor Alex e a estudante Thiffany atenderam pessoalmente muitos alunos que fizeram perguntas a respeito de temas abordados nas apresentações.

[caption id="attachment_18430" align="aligncenter" width="429"]Público presente na palestra Público presente na palestra Público presente na palestra[/caption]

Atividades como esta palestra são importantes para produzir reflexões críticas sobre temas associados à ciência, à história e à cultura. Elas enriquecem a visão de mundo dos estudantes e ajudam a humanizar o saber científico que foi construído pela humanidade.

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