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Cinedebate na Escola Colônia dos Pescadores discutiu o filme “Fahrenheit 11 de setembro”

Publicado: Terça, 23 de Mai de 2017, 05h28 | Última atualização em Terça, 23 de Mai de 2017, 05h28

No dia 19 de maio de 2017, sexta-feira, entre 19h00 e 22h30, ocorreu um cinedebate, no auditório da Escola Estadual Colônia dos Pescadores com a exibição e discussão do filme “Fahrenheit 11 de setembro”. Este cinedebate teve como público alvo os alunos do Cursinho Popular que é uma ação que o Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) desenvolve em colaboração com a Escola Colônia dos Pescadores (em uma parceria também com a Prefeitura de Caraguatatuba): é, portanto, um importante fruto para a comunidade da cooperação institucional existente entre estes dois estabelecimentos de ensino. Os cinedebates fazem parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira (docente do IFSP-Caraguatatuba) e para a sua organização contou com o apoio de bolsistas deste programa de extensão (Juliana Caroline da Silva Sousa, Rodrigo Henrique Revelete Godoy e Julia Cristina Barbosa Lucoveis), bem como de bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto, Rafael Brock Domingos e Izabela Duarte), todos eles sob sua orientação. O Prof. Dr. Renato Aurelio Mainente que é o coordenador do projeto de extensão do Cursinho Popular esteve presente também e apresentou aos estudantes a equipe que realizou o cinedebate daquela noite.

Professores Ricardo e Renato com bolsistas de extensão e de iniciação científica no início do cinedebateProfessores Ricardo e Renato com bolsistas de extensão e de iniciação científica no início do cinedebate

O documentário “Fahrenheit 11 de setembro” (título original: “Fahrenheit 9/11”) foi dirigido pelo cineasta norte-americano Michael Moore e lançado em 2004. Ele narra os acontecimentos que envolveram os desdobramentos na política externa norte-americana dos atentados que ocorreram nos EUA em 11 de setembro de 2001, de um modo crítico, sobretudo em relação aos interesses econômicos que levaram os Estados Unidos a invadirem militarmente e controlarem um dos países com as maiores reservas de petróleo do mundo, o Iraque. Mais informações sobre o filme “Fahrenheit 11 de setembro” podem ser obtidas (em inglês) na base de dados do IMDB em: <http://www.imdb.com/title/tt0361596/?ref_=nv_sr_2>. O seu trailer pode ser visto em: <https://www.youtube.com/watch?v=Fpb7LYETNqo>. Nele, a primeira frase dita é: “Você conseguirá que as pessoas façam qualquer coisa se elas tiverem medo”. O filme pode ser assistido na íntegra em sites que armazenam vídeos, como o próprio YouTube.

Professor Renato apresenta o CinedebateProfessor Renato apresenta o Cinedebate

Como o documentário tem ao todo duas horas, aproximadamente na sua metade houve uma pausa, para explicar e discutir algumas das cenas exibidas e também para que ocorresse a refeição (jantar) dos estudantes no período noturno. Foi discutido o fato de que na eleição para presidente dos EUA no ano 2000, o candidato democrata Al Gore teve, no eleitorado total do país, cerca de meio milhão de votos a mais que George W. Bush, mas como a eleição nos Estados Unidos é indireta, no colégio eleitoral quem acabou sendo indicado e tornou-se presidente dos EUA foi Bush; o mesmo ocorreu na eleição para presidente dos EUA em 2016, quando a candidata democrata Hillary Clinton teve, no eleitorado total do país, quase três milhões de votos a mais que Donald Trump, mas novamente pelo fato de a eleição ser indireta, o indicado no colégio eleitoral que tornou-se presidente dos EUA foi Trump. Em ambos os casos, em 2000 e em 2016, quem perdeu a eleição no voto popular, acabou virando presidente dos Estados Unidos. Um dos questionamentos feitos referiu-se exatamente ao fato de os Estados Unidos serem citados repetidamente, por muitos, como um exemplo de democracia a ser seguida pelas outras nações do globo.

Professores Ricardo e RenatoProfessores Ricardo e Renato

Após o término da exibição do filme, muitos discutiram como o poder do dinheiro é um dos determinantes das guerras que os EUA moveram (e movem) direta ou indiretamente em diferentes partes do mundo e como estas guerras provocam mortes, destruição e muito sofrimento. Foi dado destaque também para o poder de manipulação da grande mídia, em especial da televisão, de acordo com os seus próprios interesses econômicos, nos EUA, no Brasil e em diversos outros países. Um dos questionamentos feitos é como se pode falar em levar democracia e liberdade a um país, matando e ferindo centenas de milhares de cidadãos e destruindo toda a sua infraestrutura (transportes, transmissão de eletricidade, sistema de água e esgoto, escolas, hospitais, etc), como ocorreu no Iraque e no Afeganistão. Um dos soldados que presta seu depoimento neste filme, com maior consciência crítica, lembra que não se mata alguém sem matar parte de si mesmo! Outro soldado que se arrependeu de ter ido lutar no Iraque afirma: “Não permitirei que ninguém me mande para lá de novo para matar aquela pobre gente. Principalmente se não representam ameaça para mim ou para o meu país.” Um dos empresários entrevistados confessa com honestidade sobre a invasão do Iraque: “Será bom para os negócios, mau para as pessoas”. Outro entrevistado afirma também com sinceridade: “A guerra é sempre lucrativa para as empresas que estão no ramo bélico” e “Se não fosse pelo petróleo, ninguém se interessaria (em invadir o Iraque)”. O cineasta Michael Moore lembra no filme que o argumento usado para a invasão do Iraque pelos EUA era o de que este país estava produzindo e armazenando armas de destruição em massa (em específico, bombas nucleares) e, após a guerra, constatou-se que este argumento não era verdadeiro, pois não foram encontradas quaisquer provas de que as tais armas de destruição em massa existissem.

O Cursinho Popular de Caraguatatuba funciona em todos os dias úteis no período noturno em uma sala cedida pela Escola Colônia dos Pescadores e atende gratuitamente estudantes ou ex-estudantes de escolas públicas do litoral norte paulista que pretendem se preparar para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ou para outros exames de seleção para ingresso no ensino superior. Os professores que lecionam as aulas do Cursinho Popular são dez estudantes de cursos de graduação do IFSP-Caraguatatuba que recebem para isto uma bolsa mensal financiada pela Pró-Reitoria de Extensão (PRX) do IFSP. Este ano de 2017 é o segundo ano em que o IFSP-Caraguatatuba está promovendo este Cursinho Popular com verbas da PRX e seu objetivo é ampliar as oportunidades de acesso ao ensino superior para jovens oriundos das classes trabalhadores que estudam ou estudaram em escolas públicas.

Parte do público presente neste cinedebateParte do público presente neste cinedebate

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados no IFSP-Caraguatatuba pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”, uma ação patrocinada com recursos da Pró-reitoria de Extensão (PRX) do IFSP. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. As datas e os horários em que estas sessões ocorrerão também são sempre previamente comunicados a todos os interessados por informes publicados no site do IFSP-Caraguatatuba. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

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