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Cinedebate discutiu filmes sobre ditaduras militares na América do Sul

Publicado: Terça, 27 de Setembro de 2016, 17h13 | Última atualização em Terça, 27 de Setembro de 2016, 17h13

No dia 16 de setembro de 2016, sexta-feira, pela tarde e de noite, ocorreu mais uma sessão dupla de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida por debate – de dois filmes que trataram das ditaduras militares que ocorreram na América do Sul, nos anos 1970 e 1980: “O dia em que eu não nasci” e “No”. A organização deste cinedebate contou com o apoio de bolsistas do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” (André Luiz Oliveira dos Santos Júnior, Josiene Vieira Nascimento Dourado, Brenda da Rocha, Matheus Luiz Romeo Pereira, Adilson Alves de Oliveira Junior, Juan Carlos Guilherme Orellana, Jaqueline Nadabi Chiqueto Svingal, Lucas Isper e Mayra Dantas Bueno) e de bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto e Rafael Brock Domingos), todos eles orientados pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira. No público presente no auditório estavam presentes estudantes de diversos cursos do IFSP-Caraguatatuba, bem como interessados da comunidade externa.

Bolsistas com professor Ricardo Plaza no início da exibição de “O dia em que eu não nasci”Bolsistas com professor Ricardo Plaza no início da exibição de “O dia em que eu não nasci”

O filme “O dia em que eu não nasci” (exibido a partir das 16:00) tratou a respeito da história de uma jovem mulher alemã que numa viagem internacional de avião é obrigada a fazer uma pausa de mais longa duração em Buenos Aires (Argentina); de repente, durante a espera no aeroporto, ela reconhece uma canção de ninar em espanhol e mesmo não sabendo nada deste idioma, começa a cantá-la! Ela descobre então que seus pais foram jovens militantes de esquerda assassinados pela repressão e desaparecidos durante o regime militar que vigorou na Argentina nos anos 1970 e 1980 e que ela fora “sequestrada” da família de seus pais, quando era ainda muito pequenininha. O filme narra a sua tentativa de, aos poucos, tentar desnudar as verdades sobre si mesma.

Público presente ao cinedebate sobre o filme “O dia em que eu não nasci”Público presente ao cinedebate sobre o filme “O dia em que eu não nasci”

O professor do Cursinho Popular do IFSP-Caraguatatuba, Raphael Henrique Albano Moura (que também é estudante do curso de Licenciatura em Matemática), acompanhou seus alunos a esta atividade que se configurou como uma das denominadas atividades diversificadas de caráter cultural previstas no planejamento do cursinho popular. O filme “O dia em que eu não nasci” (cujo título original em alemão é “Das lied in mir”) foi lançado em 2010 e é uma produção conjunta entre Alemanha e Argentina. O trailer deste filme pode ser visto em: <https://www.youtube.com/watch?v=Himh6SWTvgk>. A nota deste filme no site de avaliação imdb.com é 6,8.

Professores Ricardo Plaza com bolsistas antes da exibição do filme “No”Professores Ricardo Plaza com bolsistas antes da exibição do filme “No”

O filme “No” foi exibido a partir das 19:00 e trata da ditadura militar que vigorou no Chile nos anos 1970 e 1980 e que foi encabeçada pelo General Pinochet. Este filme que é falado em espanhol, foi lançado em 2012 e contou no seu elenco com o premiado ator Gael García Bernal. A professora Juliana La Salvia (docente de português e espanhol do IFSP-Caraguatatuba) acompanhou seus alunos do curso FIC de “Língua espanhola para turismo” para assistirem o filme e participarem do cinedebate que ocorreu na sequência.

Professores Ricardo Plaza e Juliana La SalviaProfessores Ricardo Plaza e Juliana La Salvia

O filme relata a história do plebiscito que foi convocado pelo regime militar chileno no final dos anos 1980 para decidir a sua continuidade ou “não” (o “no” do título do filme, em espanhol). A ditadura tinha total controle da mídia e das comunicações no Chile na época e por isso tinha convicção de que jamais perderia este plebiscito, ainda mais porque também podia contar com diversas táticas repressivas contra os partidários do “não”. Entretanto um jovem publicitário – que é o protagonista principal do filme – passa a usar novas estratégias na campanha contra a ditadura de Pinochet. O trailer do filme “No” pode ser acessado em: <https://www.youtube.com/watch?v=ApJUk_6hN-s>. A nota deste filme no site de avaliação imdb.com é 7,4.

Durante o debate após a exibição do filme “No”, foi lembrado que no Chile a ditadura militar privatizou todo o sistema de ensino superior público e gratuito que existia naquele país, o que desde então se tornou um grande obstáculo para que jovens das classes mais populares conseguissem fazer um curso universitário: há um fortíssimo movimento estudantil no Chile que tem como objetivo justamente reverter esta situação de privatização na área da educação. Foi ressaltado também que assessores do atual governo federal brasileiro já sinalizaram que pretendem que o Brasil siga também este caminho de privatização do ensino superior federal, o que tornar-se-ia uma política causadora de exclusões e retrocessos sociais, além de criar um gargalo que pode impedir a formação de bons quadros técnicos oriundos das classes que estão na base da pirâmide social e, por decorrência, bloquear o desenvolvimento econômico, tecnológico e social do país.

Professora Juliana La Salvia participa do debate após a exibição do filme “No”Professora Juliana La Salvia participa do debate após a exibição do filme “No”

As sessões de cinedebates são organizadas pelos bolsistas do professor Ricardo Plaza. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas envolvendo filmes selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural de filmes e de documentários de qualidade por parte dos alunos em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

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